sábado, 30 de março de 2013

Prefeito Haddad começa a priorizar o transporte coletivo na cidade


Largo 13 ganha 1ª zona livre de carros de SP

Automóveis não podem mais passar por vias no entorno do local em horário de pico



A primeira zona livre de carros da cidade de São Paulo começa a funcionar hoje no Largo 13 de Maio, na zona sul da capital. Por ali, veículos de passeio não podem mais rodar, de segunda-feira a sábado, nos horários de maior lentidão. Somente ônibus, táxis e motos estão autorizados a circular. A restrição foi criada pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para "melhorar o desempenho do transporte coletivo".

Pelas novas regras, das 5h às 10h, trechos das Avenidas Santo Amaro, Adolfo Pinheiro e Padre José Maria e da Rua Paulo Eiró ficam proibidos para os carros. Mais tarde, das 16h às 20h, os automóveis não podem andar na Rua Barão do Rio Branco, no trecho entre as Avenidas Mário Lopes Leão e Padre José Maria (veja o mapa). Hoje, o trânsito nessa região não flui bem, por causa das obras da Linha 5-Lilás do Metrô.

Trata-se de mais uma medida adotada pela gestão Fernando Haddad (PT) com o objetivo de dar prioridade aos ônibus, em detrimento dos carros. Em fevereiro, o Viaduto Engenheiro Orlando Murgel, no centro, que passava por obras após um incêndio, foi interrompido para todos os veículos que não fossem os coletivos.

Poucos dias depois, o secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, anunciou um plano para a construção de 150 km de corredores de ônibus na cidade, atingindo vias tradicionalmente "apropriadas" pelos carros, como as Avenidas 23 de Maio e Bandeirantes, na zona sul. Os futuros corredores exclusivos terão áreas de ultrapassagem, para torná-los expressos, o que poderá retirar mais faixas de deslocamento de automóveis.

A área da zona livre de carros é bem próxima ao Terminal Santo Amaro da São Paulo Transporte (SPTrans), um dos mais movimentados de toda a cidade, por onde circulam diariamente cerca de 210 mil passageiros, atendidos por mais de 50 linhas.

Benefícios. Para o consultor de tráfego Horácio Augusto Figueira, os usuários dos coletivos serão beneficiados, uma vez que ao menos parte do nó da saída dos coletivos será desatada. "E também começa a mudar o comportamento de quem usa carro. Quer ir para o Largo 13 no horário de pico? Então use o transporte público."

Contudo, para ele, a CET deveria ter proibido as motos também, que podem ser perigosas em vias mais livres. "Os táxis só deveriam trafegar por ali se não atrapalhassem os ônibus, como ocorre às vezes em muitos corredores."

Figueira defende a ampliação da medida para outros lugares da capital, como Santana, na zona norte, Lapa e Pinheiros, na zona oeste. O aumento da abrangência da restrição é igualmente defendido pelo especialista em Transportes Creso de Franco Peixoto, da Fundação Educacional Inaciana (FEI). "Essa ação contribui para mostrar para os cidadãos que o carro é um problema, e não uma solução." A CET informou, por meio de nota, que "as mudanças, neste momento, serão realizadas exclusivamente no Largo 13".

Do estadão - http://bit.ly/10mtw02

Moradores reclamam de valor de indenização por obra do Rodoanel


Emef Helio Francisco Chaves: Rodoanel iria “atropelar”, agora vai passar a 50 metros



Eles temem que montante seja inferior ao valor de mercado.

Dersa diz que valor ficará entre R$ 5 mil e R$ 500 mil.

Moradores da Grande São Paulo estão temerosos com o valor da desapropriação de suas casas e terrenos que deverão ser pagos para a construção do Trecho Norte do Rodoanel. As obras já começaram e devem ser concluídas até março de 2016.

O presidente da Dersa, Laurence Casagrande Lourenço, afirmou ao SPTV desta sexta-feira (29) que os valores das indenizações devem variar entre R$ 5 mil e R$ 500 mil, dependendo do tamanho do imóvel e da regularização da obra. Caso exista escritura, o proprietário deve receber um valor que leve em consideração tanto o tamanho do terreno como as benfeitorias. Os casos serão avaliados individualmente.

A reportagem do SPTV visitou uma chácara de quase 15 mil metros quadrados, com cinco casas construídas, que deverá ser desapropriada. Segundo a família, o valor da indenização que o governo ofereceu pela chácara que fornece legumes e verduras para o Ceagesp é muito abaixo do valor de mercado.

“Os peritos que nós trouxemos avaliam entre R$ 3,5 milhões e R$ 4 milhões. Foi oferecido R$ 867 mil. É um valor muito abaixo”, afirmou o comerciante Railton Raimundo dos Santos. Na rua onde fica a chácara, várias outras famílias também vão ter que deixar o lugar onde moram.

A desapropriação segue pelo bairro e, segundo os moradores, inicialmente iria chegar até uma escola municipal do Jardim Curisco. O técnico de trânsito Francisco Florentino de Souza Filho afirmou que o barulho provocado pela passagem dos veículos deve girar em torno de 90 decibéis, o que deve atrapalhar os estudos das crianças e exigir um esforço maior dos professores. 

A mudança do trajeto original da rodovia, que vai passar por São Paulo, Guarulhos e Arujá, fez com que o Rodoanel passe também por cima de um outro bairro, o Jardim Novo Mundo. Os moradores dizem que nunca foram chamados para as audiências públicas que discutiram o projeto.

“O pessoal ameaça as pessoas. Se ele chega na sua casa para fazer o cadastro e você não quiser, eles falam que vão entrar na Justiça e que o juiz vai colocar a gente para fora”, afirmou o cabelereiro Gabriel Dimas Lima da Silva.

Uma das casas que vão ser atingidas pela obra ainda está em construção e também foi visitada pelo SPTV. O imóvel que tem 120 metros quadrados, com piso de porcelanato, móveis de alto padrão, cozinha planejada, varanda com churrasqueira, deck de madeira. O proprietário, o empresário Douglas Grugnal, teme o valor que será oferecido de indenização.

“Quando nós adquirimos o terreno e construímos era para ter tranquilidade. Nós não temos tranquilidade”, afirmou.

A obra do Trecho Norte do Rodoanel está atrasada. Há um ano, o governo de São Paulo prometeu entregar todos os trechos da rodovia no fim do ano que vem, mas esse prazo foi esticado até março de 2016. Na semana passada, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) participou da inauguração das obras do Trecho Norte.

O presidente da Dersa, Laurence Casagrande Lourenço, afirmou que a obra já começou com a limpeza dos terrenos e que nas próximas duas semanas os trabalhos devem avançar. Sobre a desapropriação dos imóveis, Lourenço disse que as famílias que moram em casas sem escritura só vão receber pela construção, porque oficialmente não são donas do terreno. Segundo o presidente da Dersa, cada caso vai ser analisado individualmente.

Lourenço afirmou ainda que, caso exista escritura do imóvel, o proprietário deve receber um valor de indenização que leve em consideração tanto o tamanho do terreno como as benfeitorias.

Segundo ele, estão sendo feitas reuniões com as comunidades que serão atingidas e que a Dersa concluiu um trabalho de cadastramento de mais de 3,8 mil famílias dentro do programa de assentamento. Ainda de acordo com Lourenço, as propriedades agrícolas devem ser desapropriadas prioritariamente. Ele afirmou que foram montados 13 centros de plantão para tirar dúvidas da comunidade.

Para entrar em contato com a Dersa, ligue para 0800-7266300 ou por email. Para mais informações, visite o site da Dersa.

Do G1 São Paulo - http://glo.bo/10mnooi