Emef Helio Francisco Chaves: Rodoanel iria “atropelar”, agora
vai passar a 50 metros
Eles temem que montante seja inferior ao valor de mercado.
Dersa diz que valor ficará entre R$ 5 mil e R$ 500 mil.
Moradores da Grande São Paulo estão temerosos com o valor da
desapropriação de suas casas e terrenos que deverão ser pagos para a construção
do Trecho Norte do Rodoanel. As obras já começaram e devem ser concluídas até
março de 2016.
O presidente da Dersa, Laurence Casagrande Lourenço, afirmou
ao SPTV desta sexta-feira (29) que os valores das indenizações devem variar
entre R$ 5 mil e R$ 500 mil, dependendo do tamanho do imóvel e da regularização
da obra. Caso exista escritura, o proprietário deve receber um valor que leve
em consideração tanto o tamanho do terreno como as benfeitorias. Os casos serão
avaliados individualmente.
A reportagem do SPTV visitou uma chácara de quase 15 mil
metros quadrados, com cinco casas construídas, que deverá ser desapropriada.
Segundo a família, o valor da indenização que o governo ofereceu pela chácara
que fornece legumes e verduras para o Ceagesp é muito abaixo do valor de
mercado.
“Os peritos que nós trouxemos avaliam entre R$ 3,5 milhões e
R$ 4 milhões. Foi oferecido R$ 867 mil. É um valor muito abaixo”, afirmou o
comerciante Railton Raimundo dos Santos. Na rua onde fica a chácara, várias
outras famílias também vão ter que deixar o lugar onde moram.
A desapropriação segue pelo bairro e, segundo os moradores,
inicialmente iria chegar até uma escola municipal do Jardim Curisco. O técnico
de trânsito Francisco Florentino de Souza Filho afirmou que o barulho provocado
pela passagem dos veículos deve girar em torno de 90 decibéis, o que deve
atrapalhar os estudos das crianças e exigir um esforço maior dos
professores.
A mudança do trajeto original da rodovia, que vai passar por
São Paulo, Guarulhos e Arujá, fez com que o Rodoanel passe também por cima de
um outro bairro, o Jardim Novo Mundo. Os moradores dizem que nunca foram
chamados para as audiências públicas que discutiram o projeto.
“O pessoal ameaça as pessoas. Se ele chega na sua casa para
fazer o cadastro e você não quiser, eles falam que vão entrar na Justiça e que
o juiz vai colocar a gente para fora”, afirmou o cabelereiro Gabriel Dimas Lima
da Silva.
Uma das casas que vão ser atingidas pela obra ainda está em
construção e também foi visitada pelo SPTV. O imóvel que tem 120 metros quadrados,
com piso de porcelanato, móveis de alto padrão, cozinha planejada, varanda com
churrasqueira, deck de madeira. O proprietário, o empresário Douglas Grugnal,
teme o valor que será oferecido de indenização.
“Quando nós adquirimos o terreno e construímos era para ter
tranquilidade. Nós não temos tranquilidade”, afirmou.
A obra do Trecho Norte do Rodoanel está atrasada. Há um ano,
o governo de São Paulo prometeu entregar todos os trechos da rodovia no fim do
ano que vem, mas esse prazo foi esticado até março de 2016. Na semana passada,
o governador Geraldo Alckmin (PSDB) participou da inauguração das obras do
Trecho Norte.
O presidente da Dersa, Laurence Casagrande Lourenço, afirmou
que a obra já começou com a limpeza dos terrenos e que nas próximas duas
semanas os trabalhos devem avançar. Sobre a desapropriação dos imóveis,
Lourenço disse que as famílias que moram em casas sem escritura só vão receber
pela construção, porque oficialmente não são donas do terreno. Segundo o
presidente da Dersa, cada caso vai ser analisado individualmente.
Lourenço afirmou ainda que, caso exista escritura do imóvel,
o proprietário deve receber um valor de indenização que leve em consideração
tanto o tamanho do terreno como as benfeitorias.
Segundo ele, estão sendo feitas reuniões com as comunidades
que serão atingidas e que a Dersa concluiu um trabalho de cadastramento de mais
de 3,8 mil famílias dentro do programa de assentamento. Ainda de acordo com
Lourenço, as propriedades agrícolas devem ser desapropriadas prioritariamente.
Ele afirmou que foram montados 13 centros de plantão para tirar dúvidas da
comunidade.
Para entrar em contato com a Dersa, ligue para 0800-7266300
ou por email. Para mais informações, visite o site da Dersa.
Do G1 São Paulo - http://glo.bo/10mnooi
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