Largo 13 ganha 1ª zona livre de carros de SP
Automóveis não podem mais passar por vias no entorno do
local em horário de pico
A primeira zona livre de carros da cidade de São Paulo
começa a funcionar hoje no Largo 13 de Maio, na zona sul da capital. Por ali,
veículos de passeio não podem mais rodar, de segunda-feira a sábado, nos
horários de maior lentidão. Somente ônibus, táxis e motos estão autorizados a
circular. A restrição foi criada pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET)
para "melhorar o desempenho do transporte coletivo".
Pelas novas regras, das 5h às 10h, trechos das Avenidas
Santo Amaro, Adolfo Pinheiro e Padre José Maria e da Rua Paulo Eiró ficam
proibidos para os carros. Mais tarde, das 16h às 20h, os automóveis não podem
andar na Rua Barão do Rio Branco, no trecho entre as Avenidas Mário Lopes Leão
e Padre José Maria (veja o mapa). Hoje, o trânsito nessa região não flui bem,
por causa das obras da Linha 5-Lilás do Metrô.
Trata-se de mais uma medida adotada pela gestão Fernando
Haddad (PT) com o objetivo de dar prioridade aos ônibus, em detrimento dos
carros. Em fevereiro, o Viaduto Engenheiro Orlando Murgel, no centro, que
passava por obras após um incêndio, foi interrompido para todos os veículos que
não fossem os coletivos.
Poucos dias depois, o secretário municipal dos Transportes,
Jilmar Tatto, anunciou um plano para a construção de 150 km de corredores de
ônibus na cidade, atingindo vias tradicionalmente "apropriadas" pelos
carros, como as Avenidas 23 de Maio e Bandeirantes, na zona sul. Os futuros
corredores exclusivos terão áreas de ultrapassagem, para torná-los expressos, o
que poderá retirar mais faixas de deslocamento de automóveis.
A área da zona livre de carros é bem próxima ao Terminal
Santo Amaro da São Paulo Transporte (SPTrans), um dos mais movimentados de toda
a cidade, por onde circulam diariamente cerca de 210 mil passageiros, atendidos
por mais de 50 linhas.
Benefícios. Para o consultor de tráfego Horácio Augusto
Figueira, os usuários dos coletivos serão beneficiados, uma vez que ao menos
parte do nó da saída dos coletivos será desatada. "E também começa a mudar
o comportamento de quem usa carro. Quer ir para o Largo 13 no horário de pico?
Então use o transporte público."
Contudo, para ele, a CET deveria ter proibido as motos
também, que podem ser perigosas em vias mais livres. "Os táxis só deveriam
trafegar por ali se não atrapalhassem os ônibus, como ocorre às vezes em muitos
corredores."
Figueira defende a ampliação da medida para outros lugares
da capital, como Santana, na zona norte, Lapa e Pinheiros, na zona oeste. O
aumento da abrangência da restrição é igualmente defendido pelo especialista em
Transportes Creso de Franco Peixoto, da Fundação Educacional Inaciana (FEI).
"Essa ação contribui para mostrar para os cidadãos que o carro é um
problema, e não uma solução." A CET informou, por meio de nota, que
"as mudanças, neste momento, serão realizadas exclusivamente no Largo
13".
Do estadão - http://bit.ly/10mtw02
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